A casa da covereadora da bancada feminista do PSOL em São Paulo, Carolina Iara, foi alvo de tiros na madrugada desta terça-feira (26) na Zona Leste da capital, informou a assessoria de imprensa do grupo. Carolina procurou a Polícia Civil para registrar ocorrência do caso no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
Ao menos dois tiros foram efetuados contra a residência, mas ninguém foi ferido. O autor dos disparos não havia sido identificado até a última atualização desta reportagem.
Segundo a bancada do PSOL, Iara, que é negra, travesti e portadora do vírus HIV, estava dormindo quando ocorreram os tiros. A bancada considera que a covereadora foi vítima de um “crime político” por tudo que representa “como liderança de movimentos de pessoas trans”.
Em entrevista ao SP2, Carolina Iara afirmou que foi alvo de uma tentativa de intimidação.
“Tudo indica que foi do portão que atiraram para a parede da minha sala, quando percebi esses dois sinais de tiros. E naquele momento eu percebi que não era algo do acaso, não era uma bala perdida. Percebi que a minha casa foi alvejada, não sabemos ainda por quem, por qual motivo, mas uma covereadora, de mandato coletivo, que é uma mulher negra e trans, está sendo ameaçada na maior cidade do país”, afirmou.
O ataque ocorre na semana em que será lembrado o “Dia da Visibilidade Trans”, que ocorrerá na próxima sexta-feira, 29 de janeiro.
Marcas dos disparos ficaram nas paredes do imóvel, na sala e na cozinha, e também em um muro, de acordo com a comunicação da bancada.
Mandato coletivo
A Bancada Feminista do PSOL é formada por cinco integrantes na Câmara Municipal de Vereadores de São Paulo. A chapa conquistou o primeiro mandato coletivo do legislativo paulistano e tomou posse em 1º de janeiro, após receber 46.267 votos e conquistar a sétima maior votação da cidade no pleito de outubro de 2020.
O mandato coletivo empossado é composto por Silvia Ferraro, professora de História da rede municipal. Também fazem parte da bancada Paula Nunes, ativista do movimento negro Afronte, Carolina Iara, travesti e pesquisadora sobre empregabilidade de pessoas negras que vivem com HIV, Dafne Sena, trabalhadora de aplicativos e militante ecossocialista, e Natália Chaves, militante do veganismo.
Nas experiências brasileiras de mandatos coletivos, o vereador eleito compartilha as decisões do mandato com um grupo de pessoas chamados co-vereadores. Esse modelo não é previsto na lei e exige um acordo informal entre os integrantes.
Além do registro de investigação da Polícia Civil, a bancada feminista do PSOL afirma que vai pedir proteção para todas as integrantes do mandato.
FONTE: G1
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